Aqui,, o Altar-mor implantado na 1ª Igreja-Matriz (Catedral), dedicada ao Padroeiro São Sebastião. |
paroquianos (que sobreviveram), não só da Catedral mas também de outras Paróquias.
Mons. José Maria Martinez Sarrion tem sido lembrado em todos os momentos festivos. Seu nome e sua obra inesquecível são reverenciadas nas Igrejas, nas Praças, nas ruas e nas Escolas. |
Busto do homenageado e um banner. |
A fachada de uma Escola tradicional. |
Escola e Colégio Estadual . |
A Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente obteve amplo apoio. |
O Lar São Rafael surgiu de uma chácara que foi adquirida por Mons.Sarrion, utilizando suas próprias economias.
A Instituição criada por Mons.José Maria Martinez Sarrion no final da década 50 é dirigida e administrada há vários anos pela Congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados para atendimento de pessoas idosas. ----------------------------------
As comemorações alusivas ao Centenário de Presidente Prudente estão servindo de motivação para evidenciar figuras exponenciais que aqui viveram e fizeram história. Entre as quais, um Sacerdote que teve passagem marcante de pioneirismo na vida religiosa no período de 1925 a 1951. Trata-se de Monsenhor José Maria Martinez Sarrion, o 1º Pároco - de origem espanhola - nascido em 22 de Abril de 1877 - e ordenado Sacerdote em 22 de Setembro de 1900. Se estivesse vivo, contaria hoje 140 anos, dos quais 117 no exercício do Sacerdócio. Nomeado para atuar no Brasil, veio para Presidente Prudente, especialmente designado pelo Bispo D.Antonio José dos Santos, de Assis/SP. Tomou posse como Pároco em 24 de Maio de 1925, quando foi instalada a Paróquia. Na época, para seu descontentamento só havia uma Capelinha de 4 x 5, de madeira que ficava ao lado da atual Praça 9 de Julho. A cidade era dominada por duas facções políticas: Goulart e Marcondes. De Vigário Perpétuo, Sarrion foi promovido recebendo o título de Monsenhor. Para construir a Igreja Matriz (hoje Catedral de São Sebastião), com predomínio territorial desde Paraguaçu Paulista até Presidente Epitácio foram necessários intensos trabalhos.
A planta da nova Igreja a ser construída foi elaborada por Francisco Oroz, idealizada por Luiz Mesquita e executada por Francisco Grotto. A obra foi orçada em 2 milhões de cruzeiros, mais 500 mil para aquisição de imagens, altares, sinos e órgão, importância essa que foi doada através de uma bolsa de operários e trabalhadores. O Altar-mor foi doado pelo Major Felício Tarabai; o de São José pelo Dr.Macuco; o de São Roque, por Roque Cerávolo e de Nossa Senhora.de Fátima pela Colônia Portuguesa. Também por doações: os sinos em nome de Francisco José Sanguela, João Batista Colnago, João Lopes e família. Comendador Tannel Abbud fez a doação do Relógio da Catedral. Na fase posterior, vieram os altares definitivos de mármore importado, doados por pessoas generosas e influentes da cidade..Mons.Sarrion vivia em companhia de uma irmã que o acompanhou desde sua vinda para Presidente Prudente, que veio a falecer em 1950. Como Pároco, ele batizou mais de 35 mil pessoas e celebrou mais de 5 mil casamentos, sendo o 1º do casal Augustinho Zaupa e Genésia Bueno.
Intransigente e realista, Mons.Sarrion - como todo o clero - não aceitava a Maçonaria, o Espiritismo e o Protestanismo - dizem os historiadores. Mas com o tempo (segundo relato do Arquivo Museu Histórico Municipal), essa intransigência foi abrandada, mudando sua maneira de pensar. "De tal forma que recebeu de bom grado várias doações de personalidades ligadas às Lojas Maçônicas, a começar pelo Alta-mor da Igreja dedicada a São Sebastião". Mons.José Antonio - atual Pároco da Catedral de São Sebastião - ressalta: "Vigário Perpétuo, Mons.José Maria Martinez Sarrion representa um marco histórico daquele que deu vida para a Igreja. Por mais de 25 anos foi o Pároco de Presidente Prudente, além do trabalho pastoral desenvolvido ao longo desses anos, construiu este Templo imponente - hoje Catedral São Sebastião - da Diocese. Padre dinâmico, envolvido com todos os seguimentos da sociedade prudentina, sempre procurando o melhor para o seu rebanho".
Monsenhor José Antonio conclui: "No Centenário de Presidente Prudente não podemos deixar passar sem fazer memória a este grande homem e Sacerdote da Igreja Católica. A nossa gratidão a Deus por ter colocado a frente de nossa cidade - desde o seu nascimento - um Homem, um Sacerdote como sempre conhecido: Monsenhor Sarrion".
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Antigo morador de Presidente Prudente opina: "Eu me lembro muito bem da data do lançamento da pedra fundamental da atual Catedral. Foi logo depois do falecimento de minha mãe, em 1935. O Padre me chamava de "Fregonêse" e lá, tive a oportunidade de conhecer melhor o Padre (Sarrion). Ele se relacionava com todos os seguimentos da sociedade, inclusive de mais destaque e influência. Na Procissão de Corpus Christi carregavam o Pálio que abriga o Ostensório cidadãos de alto conceito, como: Miguel Omar Barreto (Delegado regional de Ensino), Luiz de Carvalho Gomes (Professor e Farmacêutico), Antonio Bôscoli (Dono de Serraria e Industrial)e Dr.Domingos Leonardo Cerávolo (Médico e Fazendeiro). O Padre não discriminava ninguém e dispensava bom tratamento a todos. Tinha ideias e crenças avançadas".
ResponderExcluirDiz mais nosso leitor e seguidor: "Padre Sarrion vivia harmonicamente com todos. Quem mais o ajudou na construção foi o Major Felício Tarabai (que era o Venerável da Maçonaria), na época, demonizada pelo clero. Ele, inclusive doou o Altar-mor da Igreja. Eu estava no mesmo local, acompanhando o trabalho de Francisco Groto, quando Tarabai chegou com um catálogo dos vários modelos de Altar, para o Padre escolher... A peça era importada da Espanha.
O Engenheiro que acompanhou a construção foi Raul Furquim, que era Espírita. As quermesses recebiam valiosa colaboração dos sitiantes e a Festa da Igreja tinha um tom ecumênico, onde o Padre sempre foi a figura central.
Tudo que ele planejava dava certo. Não parecia emotivo, mas no dia em que ele colocou e abençoou em seus nichos as três imagens na face anterior da Igreja - sendo uma de Cristo Rei - na presença de autoridades e colaboradores, ele não se conteve e chorou...
Foi esta a figura de um Padre que marcou indelevelmente sua presença na cidade, tornando-se elemento de sua história. Falecido em 1951 em alto mar, Mons.Sarrion foi trazido posteriormente por um grupo de prudentinos liderado pelo Dr. José de Salles Macuco e sepultado na Cripta da Catedral, que ele construiu".
a) Dércio A.Fregonesi.