Catadora de recicláveis percorre bairros de Prudente, para ganhar a vida sem salário !

Maria Aparecida Pereira de Oliveira (Dona Cida), vem se dedicando à coleta de recicláveis há mais de
doze anos. Seu trabalho começa muito cedo e vai até a hora do Almoço, quando descarrega a 1ª carga.
Depois, ela repete a dose no período da tarde; e só termina à noite, de Segunda a Sexta Feira.  

               












 MAIOR CONCENTRAÇÃO NO PARQUE DOS PÁSSAROS.
É com muita dedicação à família, que Dona Cida realiza seu trabalho nos bairros de Pres.Prudente. Mas o local que ela permanece maior tempo é no Parque São Judas Tadeu, onde recebe há anos, o maior apoio.

O carrinho que Dona Cida utiliza foi doação, com o qual ela ganha a vida.
No Condomínio, os recicláveis  foram selecionados pelos moradores.

No convívio com alguns familiares: Dona Cida consegue durante o final de semana, alguns momentos para se reunir
com os filhos e netos na modesta moradia localizada na antiga Vila Operária. Há 40 anos ela aqui reside e após a coleta
do material para reciclar, ela reúne tudo que arrecadou  para depositar nos poucos espaços disponíveis de seu Quintal.
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     Maria Aparecida Pereira de Oliveira, casada, 5 filhos e 8 netos vivos. Nasceu em Braúna-SP no dia 23 de Outubro de 1.956, portanto com 58 anos de idade. Não tem Patrão, nem Empregados. Trabalha por conta própria empurrando um carrinho metálico com rodas de bicicleta, utilizado no transporte de recicláveis que ela mesma coleta de porta em porta, pelas ruas ou em depósitos especiais de Condomínios. Entre eles, o "Parque dos Pássaros" constituído por seis Edifícios Residenciais. Perto de alcançar os 60 anos, Dona Cida não tem Registro em Carteira, nem tampouco Plano de Saúde ou contribuição previdenciária. Por isso, sua Aposentadoria é assunto de séria preocupação. Na falta de Plano de Saúde, ela recebe atendimento (que classifica como bom) nas Unidades Básicas de Saúde, na periferia de Presidente Prudente. Antes de vir para a cidade, trabalhava na roça - desde os 7 anos de idade - atuando depois, como Doméstica durante vários anos. Ao tomar a decisão de sair às ruas para a coleta de recicláveis, ela teve a sorte de encontrar uma pessoa que lhe deu de presente "um carrinho", com o qual trabalha há muitos anos e ganha o seu sustento e o essencial para o suprimento de seus dependentes que vivem na Vila Operária. Seu grande sonho: ter sua casa própria!

Contando com muitos colaboradores, Dona Cida nos disse que levanta às 6hs da manhã, todos os dias. Prepara e toma o café com Pão; em seguida assume o comando do carrinho manual e parte em busca dos recicláveis. Muitas vezes, enfrenta o mau tempo, mas faz tudo que é possível para cumprir sua meta, isto é, arrecadar o que faz parte do seu esquema: papel, papelão, plástico, vidros, garrafas PET, embalagens e sacolas plásticas, jornais, revistas, folhetos em geral e até colchões e peças de plástico ou madeira. Também recebe peças reutilizáveis para uso próprio ou doação, como é o caso de cadeiras, armários, mesas etc. Com o carro lotado - que ela empurra seguidamente - chega em sua casa, recolhe o material coletado e vai preparar o almoço. Logo após, retoma suas atividades, de volta para o recolhimento de materiais recicláveis em outros bairros da cidade.

Antes do dia terminar - e após cumprir a 2ª etapa de trabalho - Dona Cida se faz presente na Vila Operária, onde mora (Rua Nossa Sra.Aparecida,173). Alí seleciona tudo que arrecadou e fica aguardando apenas a vinda do comprador de recicláveis. O valor pago não foi revelado, mas ela admite que é suficiente para se manter, enquanto tiver forças suficientes para acionar o carrinho metálico que é utilizado na coleta e transporte de recicláveis, que ela recebe de inúmeras pessoas amigas. Quando perguntamos como seria o seu futuro, ela foi categórica: "Meu sonho é ter uma casa própria e um quintal, onde possa cultivar algumas plantações, principalmente mandioca e verduras. Mas não sei como será o meu futuro, mesmo porque já tenho 58 anos de idade e nunca pensei em Aposentadoria. Só Deus sabe; e é graças a ele que realizo meu trabalho, coletando materiais recicláveis na periferia de Presidente Prudente" - concluiu. 

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Uma boa coleta, todos os dias.