5 mil livros à disposição do público. |
Livraria Móvel Unesp em P.Prudente |
Presente o Livreiro Jorge Menezes |
Dentre os 1.500 títulos trazidos até Presidente Prudente pela Livraria Móvel Unesp, destaca-se uma obra inédita: COLUNA DA MORTE, que narra a experiência do autor, João Cabanas na Revolução de 1924. Nesse resgate histórico, inúmeras cidades do Oeste Paulista se envolveram.
João Cabanas participou do Movtº. Tenentista; e no exílio escreveu este Livro, que só foi publicado em 1928. |
Miguel Costa (General), marcou sua presença desde o inicio do Movimento Revolucionário do Estado de S.Paulo, que resultou em sérios conflitos e até fuzilamentos em vários pontos. |
No Livro de autoria de João Cabanas, um registro de tragédias, prisões, conflitos armados, barbárie e até mesmo alguns fuzilamentos. |
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Pelo espaço de uma semana, a Livraria Móvel permaneceu no Câmpus Universitário da Unesp
a fim de atender à grande procura de livros acadêmicos e também, de Literatura Infantil e outras obras que só os grandes centros dispõem. Na direção dos trabalhos - como vem fazendo há 20 anos - o Livreiro Jorge Menezes, auxiliado por Dani Pires. As vendas surpreenderam, por se tratar da 1ª viagem deste ano a uma Unidade da Unesp no interior do Estado. Ao todo, 5 mil livros disponibilizados, com 1.500 títulos bem sugestivos; entre os quais "A Coluna da Morte" sob o comando do Tenente João Cabanas, com mais de 400 páginas. A obra é um resgate histórico da Revolução de 1924, liderada por Isidoro Dias Lopes e que marcou sua passagem por inúmeras cidades do interior, especialmente nas regiões servidas pelas ferrovias. É que na época, o transporte ferroviário era predominante, sendo o meio de locomoção mais seguro utilizado pelas tropas para cumprir suas missões. Especialmente a EFS que fazia a conexão com outras ferrovias, partindo da Capital do Estado até alcançar Porto Tibiriçá, na divisa com Mato Grosso (atualmente Mato Grosso do Sul), ponto estratégico da Revolução de 1924.
Na leitura do livro escrito pelo Tenente João Cabanas, o que mais chamou nossa atenção foi o percurso percorrido de São Paulo até a divisa inter-estadual no final da linha férrea que transportou tropas com a finalidade de impedir o avanço de inimigos provenientes de outros Estados. Mas no trajeto envolvendo a alta sorocabana, muita coisa aconteceu. Tudo está detalhado em capítulos nesse resgate histórico da Revolução comandada por Isidoro Dias Lopes: Em Ourinhos, "cilada x cilada"; Em Salto Grande, Chavantes, Palmital, Cardoso de Almeida e Paraguaçu (Pta):"Escaramuça com o inimigo e sua retirada". De Paraguaçu a Quatá: "Estrada de fogo"(com queimadas) e falta d'água; De Quatá a Indiana: Parada Militar em homenagem ao General Miguel Costa, em visita, enquanto "Uma destemida sertaneja enfrenta dois soldados, os desarma na luta e os prende". Por essa ação corajosa e pela bravura, a mulher foi cumprimentada pelo comandante e apresentada à tropa, com mais um compromisso: chicotear o Cabo José de Souza e o Corneteiro Ary Rosa. De Indiana a Regente Feijó: outros registros com ataque e resistência", noticiados pela imprensa de São Paulo e Rio de Janeiro.
Cabanas cita em seu livro, o rigor imposto nas localidades percorridas, contra os abusos de preços e venda de bebidas alcoólicas. E como repressão para os soldados que infringiram suas normas, mandou prender e punir severamente todos os infratores. Casos de abusos sexuais, como os ocorridos em Indiana e Piquerobi ele considerou como "Atos de barbárie" e mandou os acusados para o Pelotão de Fuzilamento. Na continuidade dessa incursão por via férrea, emboscadas em Santo Anastácio e aparição de um Aeroplano (Aeronave) das forças adversárias, lançando duas bombas. A cidade estava deserta, o silêncio era completo e estava na mais profunda escuridão. Tudo não passou de uma cilada que se transformou em conflito armado dos dois lados por várias horas. Mais de 2 mil homens no ataque à tropa revolucionária de 380 praças, até uma estratégica retirada através da mata, rumo a Piquerobi; e daí para Presidente Venceslau.
Finalizando diz o Te.Cabanas na "Coluna da Morte": Com a retirada dos Revolucionários, os combatentes de Santo Anastácio formados por dois grupos continuaram atirando entre si durante toda a madrugada. O trajeto por via ferroviária foi obstruído por um descarrilamento entre Presidente Venceslau e Caiuá. Assim mesmo a tropa se deslocou até alcançar o Porto Tibiriçá, onde teve início uma nova jornada rumo a Mato Grosso e ao Paraná. Numa mensagem dirigida aos leitores e à população brasileira, diz João Cabanas: "Dentro da lei ou fora da lei todos somos brasileiros. Ocultar aos olhos do mundo o valor do soldado brasileiro ou impedir a narração dos seus feitos, é um crime de lesa-pátria. A honra da raça antes de tudo" - concluiu.
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