terça-feira, 19 de outubro de 2021

Os rios estão secando - e a Crise Climática potencializa falta de água no Brasil - destaca o Jornal da Unesp !

Destaque do Jornal da Unesp: Cenário atual de excassez já reflete desmatamento da floresta  amazônica e diminuição de áreas do País, cobertas por águas que encolheram 15% nos últimos      trinta anos. Especialistas debatem estratégias de adaptação a um ambiente mais seco e mais quente.

 "O Brasil está secando" - resumiu o Engenheiro Florestal Tasso Azevedo - Coordenador Geral do Projeto MapBiomas. Em Agosto, a ONG MapBiomas divulgou estudo sobre as variações nos recursos hídricos no Brasil entre 1985 e 20020. O resultado foi preocupante. 
Entre os Biomas brasileiros mais atingidos pela seca das últimas décadas está o Pantanal. na região central do País. Se entre 1991 e 2020 o Brasil perdeu 15,7% da superfície de água que tinha - o equivalente a 3,1 milhões de hectares, 71% da área passaram de alagada para seca. Os dados impressionaram até os analistas, que refizeram as contas algumas vezes para checar se havia erros.

O fenômeno dos rios voadores é um processo conhecido dos cientistas que relaciona (de forma inequívoca) a região amazônica, como o resto do Brasil e da América do Sul. Na verdade, o termo "rios voadores" é uma expressão popular para os verdadeiros cursos de água atmosféricos formados por massas de ar carregados de vapor de água.  


     A partir da inauguração da Ponte - com posterior denominação - na ligação Presidente Epitácio/São Paulo e Porto XV de Novembro em Bataguassu/MS, o rio Paraná adquiriu maior expressão, facilitando o transporte rodoviário com os demais Estados brasileiros. O Jornalista e Escritor Hélio Serejo foi um dos articuladores desse movimento em prol da Ponte, que hoje alcança 12,5 km de extensão, após os aterros exigidos para a formação do Lago de Porto Primavera.

     No decorrer dos tempos, veio a fase mais difícil para a sobrevivência dos ilhéus e ribeirinhos. Foi em 1977, quando chuvas intensas começaram a cair nas cabeceiras dos rios Grande,Tietê e Peixe. Como consequência o rio Paraná subiu rapidamente de nível, inundando extensa área, chegando a subir a niveis assustadores de quase 10 m.de altura. Como Repórter do JORNAL DO BRASIL, tive a honra de participar com matéria assinada (capa da 1ª página do Caderno "B") e outras coberturas no decorrer do período relativas às maiores enchentes verificadas nesta região do País, até os dias atuais.   
    Na década de 1970 - portanto há mais de 50 anos -  as enchentes do rio Paraná foram constantes, chegando a provocar as marcas mais elevadas que se tem notícia: aproximadamente 10 metros, num contraste com a situação atual. A marca de 9,74 centímetros em Presidente Epitácio foi um autêntico recorde. Somente superado pela marca registrada em 1929, quando as enchentes alcançaram os trilhos da ferrovia na faixa portuária e ao mesmo tempo, todas as ilhas existentes ao longo do rio Paraná.                                                                    ----   F O T O S   C E D I D A S  ----
    A Ponte é uma obra monumental, orgulho da Engenharia brasileira. Sua implantação valorizou uma extensa região de São Paulo e Mato Grosso do Sul e o êxito é atribuído a muita gente. Especialmente ao ex-Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira que autorizou a execução da majestosa obra em 1960. Com a formação do Lago de Porto Primavera, o rio Paraná transformou-se num imenso Oceano. Por isso quem passa pela Ponte já o reconhece como "Rio-Mar Paranazão" !
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Poucas vezes nos deparamos com trabalhos jornalísticos ou de pesquisas bem elaborados, contendo as mais importantes informações a respeito de determinados assuntos. Agora, trazemos para conhecimento de nossos Leitores e Seguidores, uma bem elaborada sobre a "Crise climática que potencializa falta de água no Brasil. O trabalho que tem a assinatura de Eduardo Geralque - do JORNAL DA UNESP - diz que "Mesmo com as chuvas que tem voltado a cair nas últimas semanas, a situação dos reservatórios  e usinas hidrelétricas do País ainda é delicada e o Brasil ainda não superou o quadro de excassez, que se instalou ao longo do ano". A informação é do Diretor Geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchio. "Nossas projeções e análises mostram ainda um 2022 bastante preocupante e temos que estar mobilizados para enfrentar a situação seca do ano que vem". A mesma visão é sustentada pelo Prof. de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Pedro Côrtes. Ele porém, oferece uma explicação mais ampla para o fenômeno: a diminuição no volume anual de chuvas, observadas nos últimos anos são "consequência do desmatamento da Amazônia. Por isso, a redução nas chuvas é uma tendência que deve se manter pelos próximos anos" - diz. 

Em Agosto, a ONG MapBiomas divulgou um estudo sobre as variações nos recursos hídricos no Brasil - entre 1985 e 2020. O resultado foi preocupante: "O Brasil está secando" - resumiu o Engº Florestal, Tasso Azevedo - Coordenador Geral do Projeto. O fenômeno ainda não tem uma explicação lógica. E muitos estudos precisam ser feitos a partir dos dados gerados agora pelos sofisticados modelos computacionais. Mas segundo os responsáveis pela pesquisa, a crise climática, sem dúvida desempenhou um papel central para que chegássemos a esse quadro. Entre os biomas brasileiros mais atingidos pela seca das últimas décadas está o Pantanal na região central do País. Os dados impressionaram até os analistas que refizeram as contas algumas vezes, para checar se havia erros. Mas os números estavam certos. Carlos Souza Jr.- Coordenador do MapBiomas Água, diz que o resultado é bastante preocupante. porque o sinal de tendência de resolução de água no Brasil - a partir de dados de satélites - é bem claro. "As evidências vindas do campo indicam que as pessoas começaram a sentir o impacto negativo, com o aumento de queimadas, impacto na produção de alimentos e na produção de energia. E até mesmo com o racionamento de água em grandes centros urbanos.

O Impacto do desmatamento sobre os Rios Voadores é o enfoque seguinte, tendo como fonte a MAP Biomas Brasil, cujo fenômeno é bem conhecido dos cientistas, que relaciona de forma inequívoca a região Amazônica como o resto do Brasil. E até da América do Sul.  Na verdade, o termo "Rios Voadores" é uma expressão popular para os verdadeiros cursos de água atmosféricos, muitas vezes acompanhados por nuvens empurradas pelos ventos. Essas correntes de ar invisíveis passam por cima de nossas cabeças carregando umidade. Desde a Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul do Brasil. Essa Unidade nas condições meteorológicas propícias - como uma frente fria vinda do Sul, por exemplo - se transforma em chuva. Roberto Braga - do Instituto de Geociências e Ciências Exatas do Campus de Rio Claro, da Unesp pondera que é a luz desse quadro climático - mais amplo - que se deve analisar as crises hídricas vividas entre 2014 e 2015 que afetaram principalmente o Estado de São Paulo e a atual emergência que atinge o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil. A questão energética não deve ser desconectada da crise climática - concluiu. 

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